Desenhos feitos por três importantes artistas Kaxinawá (Ibã, Bane e Isaka Huni Kuin), do Acre, em algumas paredes do antigo Hospital Matarazzo, durante a Bienal de Artes de São Paulo (SP). Foto: Beto Ricardo/ISA, 2014
Desenhos feitos por três importantes artistas Kaxinawá (Ibã, Bane e Isaka Huni Kuin), do Acre, em algumas paredes do antigo Hospital Matarazzo, durante a Bienal de Artes de São Paulo (SP). Foto: Beto Ricardo/ISA, 2014

Os povos indígenas em geral não têm uma palavra para aquilo que nós chamamos de arte. Mas isso não significa que eles não tenham ideias próprias sobre o que é “belo”.

Cada povo tem um jeito único e diferente de produzir beleza e de se relacionar com os objetos, corpos, sons que manifestam a beleza. O que prova que esses povos conhecem aquilo que nós chamamos de arte: existem tantas artes indígenas quanto há povos indígenas

Entre os povos indígenas, a criação artística está em toda a parte: na pintura corporal, na construção das casas, nas performances musicais, nos objetos usados para comer e guardar coisas. Não existe separação entre a arte e as outras esferas da vida, como é no mundo não indígena. Ela está em todos os lugares!

As máscaras Matis (AM) representam os espíritos mariwin, cujo papel consiste em bater nas crianças com o objetivo de endurecer, disciplinar e torná-las mais ativas e vigorosas. Foto: Foto: Philippe Erikson, s/d.
As máscaras Matis (AM) representam os espíritos mariwin, cujo papel consiste em bater nas crianças com o objetivo de endurecer, disciplinar e torná-las mais ativas e vigorosas. Foto: Foto: Philippe Erikson, s/d.

Se para nós o artista é um criador, para os povos indígenas o bom artista é aquele que sabe se comunicar bem com os outros. São aqueles que conseguem transitar entre mundos e traduzir mensagens de diversas maneiras - cantando, pintando um corpo, desenhando um grafismo em uma cesta.

O canto de um xamã, para o povo Araweté (PA), é uma tradução das imagens visuais que estão na mente de quem canta. Para os Guarani Kaiowá (MS), cantar também significar rezar e dançar. Ou seja: diferentes expressões artísticas se misturam!

Esta tatuagem facial faz parte do segundo ritual de iniciação dos Karajá (MT/ TO), que se dá quando a menina está por volta dos 11 anos. Foto: Vladimir Kozak, s/d.
Esta tatuagem facial faz parte do segundo ritual de iniciação dos Karajá (MT/ TO), que se dá quando a menina está por volta dos 11 anos. Foto: Vladimir Kozak, s/d.

Para os povos indígenas, a arte não é feita apenas para ser contemplada: as coisas são consideras bonitas porque funcionam! A beleza de uma panela de cerâmica usada para cozinhar o jantar é a mesma que a de uma criança pintada e adornada para uma festa. Assim como um banco de madeira é considerado tão belo quanto o som de uma flauta!

Descubra aqui a diversidade das artes indígenas!

Fontes de informação