Você sabia que o futebol é um esporte muito popular nas comunidades indígenas? Crianças, jovens e adultos jogam em campinhos de terra batida, seus times participam de torneios e alguns jogadores chegam até mesmo aos times nacionais e à seleção brasileira. O grande jogador de futebol Garrincha, o “anjo das pernas tortas”, era descendente do povo Fulni-ô, que habita o litoral de Pernambuco!
Na região do Xingu não é diferente!
Em Canarana, município na região do Médio Araguaia, do Mato Grosso a população indígena chega a 6,85% da população total! O que é bastante, considerando que os indígenas representam menos de 1% da população do país. Das 17 equipes participantes do campeonato amador de futebol de campo de 2014, quase a metade delas eram de indígenas. A maioria dos jogadores eram do povo Xavante das equipes Aldeia Caçula, Aldeia Belém, Aldeia Etenhiritipá e Esporte Clube Roncador. Também participaram outras etnias do Parque Indígena do Xingu.
Na final, a Aldeia Etenhiritipá venceu na final a tradicional equipe do Juventus; foi a primeira vez que os indígenas levantaram a taça de campeão! Antes da conquista da Etenhiritipá, as aldeias chegaram bem perto da taça em outras oportunidades. Em 2013, a equipe do Xingu foi vice-campeã no torneio de futebol de campo e no futsal. E, em 2014, o Morená foi vice-campeão no futsal.
Algumas crianças e jovens indígenas também têm se interessado pro jogar futebol profissionalmente. Urissapa tem 12 anos, é do povo Kamayurá, e seu sonho é ser jogador de futebol! Ele joga como atacante em uma escola de futebol conveniada ao Grêmio de Porto Alegre (RS) e mora há pouco tempo na cidade. Desde muito pequeno Urissapa Kamayurá já jogava bola na aldeia, onde o campão é de terra e todo mundo – homens, mulheres e crianças – joga de pés descalços. No ano passado, em um torneio continental realizado em Jataí (GO), Urissapa fez quatro gols e foi o destaque do seu time!
Texto adaptado a partir de reportagem de Rafael Govari/ISA