Os Xavante habitam a Zona Central do Cerrado brasileiro, em uma região que combina vegetação de Cerrado e as matas de galeria, que ficam na beira dos rios e acabam o protegendo contra deslizamentos de terras.
Diversidade de espécies
Mesmo sem serem todas conhecidas e catalogadas, sabe-se que o conjunto das plantas do Cerrado é riquíssimo, chegando a mais de 6 mil espécies! As mais comuns são as plantas do grupo do feijão e do amendoim. A dieta básica tradicional dos Xavante consiste de produtos coletados principalmente pelas mulheres: raízes silvestres, castanhas, frutos e outros vegetais típicos da região. A coleta é complementada por itens fornecidos pelos homens: carnes de caça e um pouco de peixe.
Viagens de caça
Até o início de 1960, durante as estações de seca do Cerrado predominantes no verão, os Xavante faziam viagens de caça e coleta em busca dos recursos naturais da região para obter daí seus alimentos. Como o bioma é extremamente grande, com uma extensão aproximada de 1,5 milhão de km², essas excursões podiam durar meses! Ao longo delas reuniam-se em grandes aldeias para festas e confraternizações antes de retornar às suas atividades.
Hoje, essa forma de viver viajando pelo Cerrado praticamente desapareceu. Houve grande diminuição das terras disponíveis para os indígenas e, portanto, redução dos animais existentes. Mesmo assim, os Xavante ainda fazem viagens de caça ou pesca, bem mais curtas, por uma ou duas noites.
A importância da comida
Certos tipos de comida, para além da alimentação, também possuem importância cerimonial. A carne, por exemplo, era importante em festas maiores, como nos casamentos, quando ela é necessária em grandes quantidades para alimentar toda a comunidade. A falta da caça prejudica, portanto, não só a nutrição desse povo mas também a realização de seus rituais.